Truque de Mestre

Crítica
Entre tantos anos de crítica cinematográfica e pessoas se perguntando "que p**** é esse tal de cinema?", gerando cada vez mais confusões, a resposta veio justamente dos próprios cineastas (especificamente Orson Welles) e é a que mais me agrada: Cinema é uma grande mentira, ilusão, e os seus executores são os mágicos, mentindo para você o tempo todo (ver F for Fake).

É dentro desta proposta que Leterrier decide fazer Truque de Mestre. Adivinha? O filme narra a história de um grupo de ilusionistas que executam assaltos durante suas performances e dá o dinheiro para a plateia, ações que forçam o FBI a entrar no jogo para pegar os mágicos.
É entre diálogos, movimentos reveladores com a câmera e reviravoltas sacanas e inverossímeis, o diretor faz seu "surto" metalinguístico, subvertendo nossas sensações e expectativas para, com o plano de fundo de um suspense de assalto e perseguição, contar uma história sobre a magia do cinema e do entretenimento, dissertando possibilidades e caminhos sobre nós enquanto espectadores (embora, também funcione como um conto de fé). Como todo artista, em sua plena (e charmosa) arrogância, o crítico, o homem que desconstruía as apresentações, é o vilão que se fode no final.  

Alguns dizem que o olho é a porta para alma humana. Já eu digo que é o Cinema. Mas é certo que Truque de Mestre é, desde já, um dos melhores e mais divertidos filmes de 2013. 

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