Laika: Não do Espaço, mas dos Cinemas

Não se limite apenas a Pixar, Disney, Ghibli, Aardman ou Dreamworks em questão de animação, seja ela da forma tradicional, computação gráfica ou stop-motion; talvez a Laika seja um estúdio que você não conheça, mas os seus filmes ao menos já deve ter assistido-os ou ouvido falar...

Faremos um breve resumo histórico para caso você tenha fugido as aulas de história, ou quem sabe de geografia: após a 2ª guerra mundial, os EUA e a URSS entraram num conf...

Nossa história começa no final dos anos 90: a Will Vinton Studios (evidentemente sendo proprietário do estadunidense e mestre da massinha Will Vinton), conhecida por seus filmes de stop-motion (e claymation) e comerciais, tais como o excelente As Aventuras de Mark Twain e o clipe Speed Demon (mais precisamente do fim daquela paródia do Bad até o final do clipe em si) presente no filme Moonwalker (aquele filme do Michael Jackson, sabe?), procurou fundos para mais longa-metragens e trouxe investidores externos, que incluiam o co-fundador da Nike, Phil Knight. Knight fez em 1998 o seu investimento inicial e seu filho Travis começou a trabalhar no estúdio como animador.

A partir de 2002 (aqueles tempos que era só Pixar vs Dreamworks, enquanto que de Ghibli ninguém manjava) Henry Selick, diretor de O Estranho Mundo de Jack (não, meu caro leitor, Tim Burton apenas o produziu) e James e o Pêssego Gigante, se juntou ao estúdio como diretor supervisor.
Em julho de 2005, o sucessor da Will Vinton Studios, Laika, foi fundada e abriu duas divisões: Laika Entertainment para longas-metragens e Laika/house m.d para o trabalho comercial, como comerciais e vídeos musicais, essa divisão que mais tarde, se tornaria completamente, em base de que a Laika se concentraria exclusivamente em seus filmes (preferencialmente stop-motion), tendo os mesmos, geralmente distribuídos pela Focus Features.
Ainda no ano de 2005, Selick escreveu e dirigiu Moongirl, um curta-mentragem infantil sobre um garoto e seu esquilo que acabam parar na Lua, e lá se deparam com a guardiã dela: a Moongirl.



Coraline e o Mundo Secreto (2009)
Dirigido pelo Selick, na estória somos apresentados a Caroline Jones (voz de Dakota Fanning), uma garota de 11 anos que se muda com sua família para uma casa em Oregon (incrível como Selick, Knight, a sede da Laika... Tudo vem de lá também). Entendiada, um dia encontra uma porta secreta que a uma outra versão de sua própria vida, a qual aparentemente é bem parecida com a que leva exceto pelo fato de parecer melhor e mais divertida (basicamente com um pai e uma mãe "menos chatos"). Mas Caroline passa de contente para desconfiada, pois as "pessoas" daquele mundo aparentam quere-la lá para sempre, mas não de um jeito mundo agradável.

O filme foi baseado no livro homônimo do mestre da 6ª Arte Neil Gaiman, tendo o próprio Gaiman dado liberdade para Selick alterar algumas coisas no roteiro adaptado, e inclusive alterado de um filme live-action para animação stop-motion (por sinal, Dakota Fanning já estava no contrato para esse na época que era para ser live action e quando abandonaram essa ideia para embarcar no stop-motion, ela topou renovar também).
Toda a parte ilustrativa do filme ficou por conta de Tadahiro Uesugi.

As críticas foram amplamente positivas quanto ao filme (90% de aprovação no Rotten Tomatoes) e a bilheteria foi muito boa.

O filme foi indicado e vencedor de vários prêmios, inclusive indicado ao oscar de Melhor Animação, mas acabou perdendo para Up - Altas Aventuras.

Ainda em 2009, Selick não obteve sucesso ao renegociar seu contrato e por conta disso abandonou a Laika.

ParaNorman (2012)
Acho que até o presente momento, o meu filme favorito do estúdio.

Dirigido por Sam Fell (O Corajoso Ratinho Desperaux) e Chris Butler (esse último tendo criado o roteiro do filme), e sendo o 1º filme stop-motion a usar impressoras 3D colorida para criar rostos de personagens, somos apresentados a Norman Babcock (voz de Kodi Smit-McPhee), um garoto que consegue ver e falar com os mortos. Entretanto, o único que acredita em suas habilidades é Neil (voz de Tucker Albrizzi), um amigo excêntrico. Um dia, o tio de Norman conta sobre um importante ritual anual realizado na cidade, com o objetivo de protegê-la de uma maldição jogada por uma bruxa séculos atrás. Norman resolve ajudar no ritual, mas as coisas não saem como planejado e uma nuvem mágica faz com que os mortos se levantem das tumbas da cidade.

Com um retorno financeiro deverás bom, assim como Coraline, recebeu críticas altamente positivas (87% no Rotten Tomatoes) e foi indicado e venceu alguns prêmios, entre os que não levou para casa foi o oscar, que deploravelmente foi para Valente (nada contra o filme, só o acho fraco, e mais fraco ainda em comparação com o próprio ParaNorman ou Piratas Pirados!, esse que também é mais uma das pérolas stop-motion inglesas da Aardman).

Os BoxTrolls (2014)
Eu poderia dizer que é o filme mais light da Laika até agora, pelo menos em comparação a Coraline e ParaNorman, e isso claramente não é algo ruim, não, não... O filme passa longe de ser ruim.

Ovo (voz de Isaac Hempstead-Wright) é um garoto órfão que desde bebê foi criado nos esgotos da cidade de Ponte Queijo pelos boxtrolls, amáveis criaturas que vivem do lixo deixado por humanos e como o nome deixa explicito, são criaturas que vestem apenas caixas. Como os boxtrolls são caçados impiedosamente por Archibald Snatcher (voz do Ben Kingsley) e sua gangue, eles apenas deixam o subterrâneo à noite e, ainda assim, de vez em quando um deles é capturado. 

Quando Peixe, o boxtrolls que criou Ovo, é pego, o garoto decide se aventurar pela cidade para resgatá-lo. É quando conhece Winnie (voz de Elle Fanning, e se reparou, sim, são irmãs), uma garota mimada e ignorada pelos pais que quer ele perceba que é na verdade um humano.

Dirigido por Anthony Stacchi (O Bicho Vai Pegar) e Graham Annable, e baseado no livro Here Be Monsters de Alan Snow (que por sinal é um livro bem bacana), mais uma vez, o filme recebeu críticas positivas (75% de aprovação) e uma bilheteria boa; e adivinha só? Indicações à prêmios, inclusive ao oscar, que acabou indo para as mãos de quem? Não, não foi para Como Treinar o Seu Dragão 2, mas para Operação Big Hero...

Mas enfim, a Laika ainda está ai, prometendo aumentar o seu catálogo de filme e diminuir o intervalo de tempo que tem entre eles. Adaptações do livro infanto-juvenil Wildwood e o debute como diretor de Travis Knight, Kubo and the Two Strings, prometido para o ano que vem.

A Laika certamente que é um estúdio que irá crescer ainda mais com o tempo e valerá a pena acompanha-la até lá, quem sabe com um futuro oscar?

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